quarta-feira, 9 de julho de 2008

Móveis Coloniais de Acaju - "Idem"





É, o CD de início da banda poderia se chamar "Móveis Coloniais de Acaju", mas na saída criativa foi a mesma coisa, só que mais original.
E eu NÃO consigo parar de ouvir esse CD! Letras originais e bem-humoradas, com muitas e muitas pérolas ("Quem era foda, se food." de E Agora, Gregório?, música que estou ouvindo nesse exato momento), e construções inteligentes, como é o caso da parte final de Perca Peso, primeira faixa, onde afirmações feitas antes são distorcidas e ganham novos sentidos (é chato explicar piada, mas às vezes é preciso!).
Fora as letras, as instrumentações! A formação oficial é:
  • André Gonzáles (voz)
  • BC (guitarra)
  • Beto Mejía (flauta transversal)
  • Eduardo Borém (gaita cromática, teclados e escaleta)
  • Esdras Nogueira (sax barítono)
  • Fabio Pedroza (baixo)
  • Leonardo Bursztyn (guitarra)
  • Paulo Rogério (sax tenor)
  • Renato Rojas (bateria)
  • Xande Bursztyn (trombone)
Como pode se perceber, pela grande quantidade de sopro nesse povo todo, há todo um tom jazz em várias músicas, como Sado-Masô, mas a banda nunca abandona o agito da música brasileira, o que garante a diversão e a graça da coisa toda. A guitarra tem voz alta na banda, com linhas muito boas, o baixo se sobressai várias vezes, a bateria é rápida e lembra marchinhas, muitas vezes. O som é divertido, é fato.
E se o som já é divertido, só quem foi a um SHOW dos móveis sabe o que é diversão. A eminência da morte em cada trombada que os integrantes, que não param de pular um segundo que seja, dão o tempo todo! Ainda mais quando os envolvidos têm saxs e trompetes em mãos! É até bonito de ver, aqueles instrumentos de metal passando perto das cabeças e tal... Aquela música agitada e divertida, que levanta o público, mais a banda em que todos (fora o baterista, coitado, que obviamente tem que ficar sentado - eu acho que se ele pudesse tocar bateria em pé e andando, com certeza entraria pro bolo) ficam fazendo "rodas punk" ao som do seu ska, garantem um belo show! É tipo Teatro Mágico, só que menos espetaculão e mais zoeira e comédia, principalmente na imperdível imitação de serpente subindo de André Gonzáles, o cantor mais animado que o mundo já viu.

O CD tem as seguintes faixas:
  1. Perca Peso (a terceira metade do meu estresse)
  2. Seria o Rolex? (ego e latrina)
  3. Aluga-se-vende (sujeito a mudanças)
  4. Copacabana (devaneios de um cubano cubista)
  5. Menina-moça (a receita que Ofélia não ensinou)
  6. Cego (registros de uma inspiração alheia)
  7. Esquilo não samba (o triste e recorrente medo de:)
  8. E agora, Gregório? (metamorfossa)
  9. Swing hum e meio (o homem, a verdade e a castanha)
  10. Do mesmo ar (pra não fizer que não somos melosos)
  11. Sadô-masô (a vida é tão fácil para quem não a vive)
  12. Receio do Remorso (remorso do receio)
Além dos excelentes subtítulos das músicas (compreendidos bem melhor ao ouvir as músicas), o CD é consistente, na minha pequena opinião. Se mantém. Dá pra ouvir fácil numa sentada! Recomendações? Bom, no momento, o CD todo! Mas pros preguiçosos, Perca Peso! Fora o trocadilho insano que eu acabei de fazer, essa música já chega chutando tudo. Muito animada e com uma letra genial, vale a pena. Além dela, Aluga-se-Vende é (um pouco) mais lentinha e melodiosa, muito bonita (o sopro dessa, em particular, me lembra mais Los Hermanos que o resto do CD) e Copacabana, com uma letra surreal e exagerada, muito boa. Esquilo não Samba também é muito boa, a letra "carta do futuro" e o tom triste-divertido da música se destacam. Mas mire-se no exemplo deles e não seja preguiçoso. Ouça inteiro!

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