sábado, 16 de agosto de 2008

Tudo tem seu fim

, até a melhor das músicas. Mas também é no fim que você pode encontrar as melhores supresas.
Agora que o prólogo já foi feito, essa postagem trata de finais interessantes de músicas.

Há muitos e muitos jeitos de acabar uma música, uns mais tradicionais e uns mais ousados. Não que os tradicionais sejam ruins, lógico. O fade-out é perfeito em muitos casos, a parada no final do riff ou do refrão também. Mas quando você tem uma surpresa no final, dá um gostinho a mais. É comer o melhor do prato por último, é deixar a parte com mais queijo da pizza pro final. Metáforas toscas a parte, eu geralmente gosto quando tem algo "inesperado" no final da música.

E nem precisa ser nos ultimos segundinhos da música, pode ser na parte final, entende?
Por exemplo, em Death of a Martian, última música do CD mais recente do Red Hot Chili Peppers, tudo ia seguindo normalmente, riffs bons, um refrão bem marcante, etc, até os 02:57, mais ou menos. A base muda para outro ciclo de acordes e o Anthony Kiedis entra cantando mais "falado". Assim, ele começa a meio que recitar um monte de coisa, como num rap, e a música vai crescendo, ficando mais cheia de ruídos e volume, e no final ele está quase gritando e a música chega ao ápice, terminando aos 04:24! Um minuto e meio de parte final! Coisa linda!
Isso da parte final acontece também em Carolina Drama, dos Raconteurs. A música era calma e em partes normais, de 2 ou 4 versos. Aos 03:45, aproximadamente, depois do segundo "interlúdio" a música cresce repentinamente, fica bem mais cheia e mais pesada. Aí o Jack White faz o que consegue de melhor nos vocais: Grita. Na verdade, canta forte. É quase o mesmo esquema da música dos Chili Peppers, um rap mais forte que o resto da música. Aí todos os instrumentos que aparecem de vez em quando na música entram todos juntos, até um violino insano. E tudo termina num coro de "Lalalala, lalalala". Na verdade não acaba assim, depois disso tem uma partezinha com 4 frases só, bem calma de novo, parecida com o começo, pra emoldurar a coisa toda, que é uma história. Aliás, o fato de essa música ser uma história faz todo esse final ser mais bonito ainda. O que ocorre na música é o acompanhamento da curva de tensão da história. De acordo com a carga emocional da letra, a música ganha mais e mais força, até o final belo, caótico e denso (da letra e música). Imperdível. Ouça e leia.

Mas também, voltando ao topo, tem finais supreendentes que são realmente no finalzinho. Mas no finalzinho mesmo. Na verdade, no exato instante em que a música acaba! Sim, existe a paradinha e tal, mas quando a música é CORTADA de repente a coisa muda! É, de repente ela pára totalmente! Acaba! Sem fechar verso ou riff ou refrão, nada!
É o caso (já falado em uma postagem anterior) de Ize of the World, dos Strokes. Julian Casablancas ainda estava cantando, a música ainda estava rolando! Tava no meio de um verso do refrão. E aí pára, some! E pronto!
Ainda nessa do corte brusco, tem um exemplo que prova que finais diferentões não são coisa recente não (caso vc esteja pensando, porque os 3 exemplos até agora são de 2006 pra cá). I Want You (She's so Heavy), dos Beatles! No final da música, tá rolando o instrumental do refrão, (agora sem a voz) repetidamente. Inclusive, é o momento em que a música está mais cheia de coisas também, ruídos e tal. E aí (novamente) pára! Pára no meio do instrumental! E pronto! Menos radical que a dos Strokes (que corta no meio de uma palavra), mas ainda ousado!

Outros dois exemplos legais:
Have a Cigar, do Pink Floyd, que no final tem o som repentinamente alterado pra simular um rádio, o que faz sentido na história do CD (Wish You Were Here).
Nude, do Radiohead, que no final em si não tem nada demais, mas é utilizado invertido no começo. Ou seja, a música começa com o fim, invertido! Não deixa de ser um uso criativo do final!

Se você tiver outros exemplos, por favor poste nos comentários! Quanto mais, melhor!

Bom, então é isso! Até a próxi