domingo, 1 de março de 2009

Os Melhores de 2008

Olá!
Há muito tempo não posto aqui, que vergonha!
bom, esse post de retorno é o seguinte:

O Marcon fez, no final de 2008, um top10 com os melhores discos do ano, na opinião dele. Na hora eu falei “Nossa! Preciso fazer um também!”. Desse dia em diante fiquei pensando e tentando organizar um top10. Agora é primeiro de março e eu ainda não consegui. Então tive outra idéia:
Vou listar aqui os melhores discos de 2008. Sem ordem e numeração necessária. No fim das contas são 12 (que eu estava tentando reduzir a 10, mas pra quê, né? hehe). Logicamente, entre o que eu mais gostei e o que eu menos gostei tem um grande salto. Só que em vez de organizá-los um a um, me encarregarei de comentar quando a “colocação” do disco em questão for relevante.
Vamos a eles! (Alfabeticamente, por artista!)

tudosetorna 1/2 Dúzia de 3 ou 4 - Tudo se Torna
Como a própria banda definia em sua comunidade, MPB não tão P mas muito B. Com um som moderno, irreverente e bem bonito, inspirado em mestres da música brasileira, como Tom Zé (que inclusive é homenageado com uma faixa sobre ele), lançaram seu álbum de estréia, Tudo se Torna (inclusive com estratégias de marketing interessantes), agradando a muitos. Pra quem gosta de MPB original e criativa, é essa a pedida! Vale dizer que além da música que se ouve, são grandes músicos e pessoas incríveis. Ouça, os ornitorrincos agradecem.
Recomendo: Sem Pedir Licença, Samba da ONG (e você entenderá os ornitorrincos), Nefilibata, Sabe Vó.

albert_hammond_jr-como-cover Albert Hammond Jr. - ¿Cómo te Llama?
Em seu segundo disco, o guitarrista dos Strokes prova que também sabe fazer som sozinho. Pra mim, melhor que o primeiro, que tem um som mais “quadradinho”, esse cd tem uma sonoridade diferente e agradável. Quem canta é o próprio Hammond, com uma voz bem característica. Como já é de costume, seus riffs são muito marcantes e eficientes nas músicas, e os arranjos (que não lembram sempre Strokes, mas sim Red Hot Chilli Peppers e até Pink Floyd – no comecinho da primeira música) são ora experimentais e ora mais clássicos, vale a pena ouvir. Esse álbum também tem a música instrumental que deve ter me chamado mais a atenção em 2008.
Recomendo: In My Room, Victory At Monterey, Spooky Couch (a tal da instrumental. Linda!), Feed Me Jack Or: How I Learned To Stop Worrying And Love Peter Sellers.

coldplay-viva-la-vida-or-death-and-all-his-friends Coldplay - Viva la Vida
Eu nunca fui muito de ouvir Coldplay. Aí deu vontade de baixar esse álbum quando lançou. Inclusive por causa da capa, que eu achei bem bonita. Ouvi e me agradou. Bastante. E eu já ouvi gente falando que não tá tão bom quanto era antes e coisas do tipo. Mas eu achei um som bonito, maduro. Com músicas que pendem pra um clima meio fantástico, no sentido místico da coisa, ao meu ver. Não tenho muito o que dizer desse álbum por não ter muito conhecimento sobre a própria banda. Mas ele me acompanhou por muitas tardes, isso basta.
Recomendo: Cemeteries of London, 42, Viva la Vida, Violet Hill.

art-cover Conor Oberst - Conor Oberst
Esse foi o ponto bom de ter demorado pra fazer essa lista. Um disco de 2008 que eu descobri em 2009. E já me convenceu a incluí-lo aqui!
Um quase-folk-meio-blues com a voz legal que esse cara tem, é bom pra ouvir em quase qualquer momento. Tem músicas mais bonitonas mesmo e outras mais agitadas, mais pro blues. Algo que se diaz sobre Conor é que suas letras são bastante adultas. Eu devo confessar que fiquei tão apaixonado pela musicalidade que ainda nem analisei as letras! Pra quem gosta de blues, folk, voz e violão às vezes, banda intera outras vezes, é muito bom!
Recomendo: Cape Canaveral, Get-Well-Cards, Danny Callahan, Eagle on a Pole.

little-joy Little Joy - Little Joy
A grande supresa de 2008. Se tivesse ordem, esse seria provavelmente o primeiro.
Formada por partes de duas das minhas bandas preferidas, Rodrigo Amarante dos Hermanos e Fabrizio Moretti dos Strokes, e complementada por Binki Shapiro, Little Joy se apresentou ao mundo como uma banda feliz, com um som despretensioso e valorizador do momento em detrimento de uma profunididade conceitual. Músicas tranquilas e bonitas, sempre com um clima bom e toques retrô. (Inclusive, já há uma análise desse álbum aqui no blog, no tópico “Los Hermanos, e o que veio depois”)
Além de ser música excelente, me pegou na hora certa. Não tem como evitar. É o som que 2008 revelou.
Recomendo: The Next Time Around, Brand New Start, No One’s Better Sake, Shoulder to Shoulder.

marcelo-camelo-sou-2008 Marcelo Camelo – Sou
Também já analisado anteriormente aqui, esse álbum não me pegou tão de surpresa como o Little Joy, por seguir, na minha opinião, algo que o Marcelo Camelo já vinha construindo nos Hermanos. Um apego pela múica brasileira, e por seus estudos de estilo. Conta com bossas, rockzinhos, marcinha de carnaval, baladinhas e músicas inrotuláveis, muito bonitas. Há, inclusive, um toque de música clássica em algumas das faixas, deixando-as diferenciadas.
Os arranjos me agradam muito, sejam eles mais ou menos densos. É um trabalho mais “difícil” de ouvir inteiro, mas vale a dificuldade quando acaba.
Recomendo: Tudo Passa, Janta, Liberdade, Copacabana.

mgmtcover MGMT - Oracular Spectacular
Fenômeno do eletrorock atual, ou seja lá qual for a definição mais exata pra música desses malucos, o MGMT vem em seu primeiro álbum ditando tendências. Utilizando tanto sons atuais quanto retrô, compõem músicas originais e chamativas, como a barulhenta Time to Pretend. Utilizam-se de uma gama ampla de sonoridades, e sabem usar muitos efeitos sem perder a sensibilidade de suprimí-los quando é melhor.
Além das tendências musicais, vale dizer que o modo com que se vestem (esse estilo de trapos, como se vê na capa do álbum) está sendo elogiado, e desfiles já foram feitos tendo-os como referência.
Recomendo: Time to Pretend, Weekend Wars, The Youth, 4th Dimensional Transition.

theageThe Last Shadow Puppets - The Age of the Understatement
A melhor definição desse aqui foi o Marcon quem me disse: Parece trilha de filme antigo. E é, não sei exatamente porque, me lembra algo de filmes e bandas antigas. Sim, o som realmente tem características bem retrô, como o canto em coro em muitas músicas. Outra coisa que colabora para essa sonoridade bem interessante é o arranjo das músicas, geralmente orquestradas, o que difere bem da sonoridade das outras bandas de Alex Turner (Arctic Monkeys) e Miles Kane (The Rascals).
E como se não bastasse tudo isso (ou talvez seja diretamente por causa disso), essa capa também passaria tranquilamente como um frame de algum filme antigo.
Recomendo: The Age of the Understatement, Calm Like You, My Mistakes are Made for You, Meeting Place

raconteurs_consolersThe Raconteurs - Consolers of the Lonely
Se essa lista tivesse ordem, este também estaria entre os melhores.
O segundo disco dos Raconteurs. Como se o primeiro já não tivesse diso incrível, pra mim este é o melhor deles. Pra mim está claro que eles são uma das melhores bandas de rock da atualidade. Mais uma pra categoria “começou com um projeto paralelo”. Pra quem não sabe, quem encabeça a banda é Jack White, dos White Stripes, e Brendan Benson dos Greenhornes. Os trabalhos da banda estão cheios de energia e criativdade. A alternância entre músicas mais agitadas e mais calmas é harmônica e os arranjos inusitados com os timbres sempre característicos de White aparecendo lá e cá garantem a experiência maravilhosa que é ouvir esse cd inteiro. Com certeza, um dos trabalhos que mais me encantou em 2008.
Recomendo: The Switch and the Spur, Many Shades of Black, These Stones will Shout, Carolina Drama.

51XBizvSjRL._SS500_The Ting Tings - We Started Nothing
Essa aqui me pegou de repente: Eu vi um clipe na mtv e baixei o CD. A música do clipe se tornou pra mim a ganhadora do prêmio “música mais grudenta” de 2008, That’s not my Name.
O duo faz um eletrorock (ou, novamente, o título que seja melhor pra descrever) bem menos experimental que o MGMT. We Started Nothing é fácil de ouvir, com poucos instrumentos, linhas simples e a voz característica (e bonita) de Katie White. Talvez por essa facilidade, esse álbum é tranquilo de ouvir, com músicas legais e dançantes, com momentos calmos que eu gosto bastante também.
Recomendo: That’s not my Name, Traffic Light, Shut up and let me go, We Walk

1054b4gTom Zé - Estudando a Bossa
É Tom Zé, né. E como diria meia dúzia de pessoas, Tom Zé é Pai.
Com mais um disco de sua série de “estudos”, desta vez para estudar a Bossa Nova (e homeageá-la, tendo sido lançado no ano em que esta completou meio século), Tom Zé, pra variar, fez música boa. Música que estuda outra mas ainda assim é original, e como se não bastasse, assim como os demais “álbuns de estudo” tem ali uma marca do gênio. É algo que se ouve e pensa “é Tom Zé, né?” e ainda “é bossa!” e ainda “que diferente essa música!”. Tudo isso ao mesmo tempo. Vai demorar pra estudar o Tom Zé. Grandes músicas, grandes parcerias, grande álbum.
Recomendo: João nos Tribunais, Síncope Jãobim, O Filho do Pato, “Outra Insensatez, Poe!”

  volume 1 2gvij9g Zeca Baleiro - O Coração do Homem Bomba
No maior projeto dessa lista de 2008, Zeca Baleiro, um dos artistas mais iluminados do Brasil atualmente pra mim, conseguiu fazer dois CDs de boa música. Seria triste fazer um só e deixar algumas de fora. O projeto é como Zeca: Uma diversidade enorme de ritmos, sonoridades e arranjos, que por mais diversos que sejam, são harmônicos entre si. É ouvir Zeca Baleiro de verdade, muita coisa junta sem perder o conjunto.
Um grande destaque desse projeto são as vinhetas. Cada disco tem algumas, geralmente de meio minuto ou pouco mais que isso, que “quebram o gelo” e dão irreverência ao trabalho. O primeiro volume, inclusive, começa com uma, que dá o nome ao projeto. Eu me pego cantarolando as vinhetinhas quase todo dia.
Como também é característica do Baleiro, há covers e releituras no projeto.
E o projeto não é só irreverência também. Tem músicas mais sérias e melodiosas, muito bonitas.
Por fim, atento às letras do projeto: Várias músicas são experimentações de estrutura de rima ou ritmo. Há padrões de rima em muitas músicas, e em tantas outras o ritmo das palavras nas frases é marcante. Tudo isso é Zeca Baleiro, e tudo isso não cabia só em um CD.
Recomendo: volume 1: Alma não tem Cor, Vai de Madureira, Ela Falou Malandro, Toca Raul. volume 2: Tevê, Na Quitanda, Pastiche, Débora. vinhetas: Aquela Prainha, “Aí, Beethoven”, Jesus no Cyber Cafe do Inferno.

E que venha 2009!

3 comentários:

Anônimo disse...

Olha só que legal, o 1/2 no TOP 12!!!
Mais que merecido!!

Unknown disse...

Como o João bem conhece o meu gosto musical, eu não ouvi nem 5% das indicações listadas (e as músicas aleatórias que ouvi foram mesmo enviadas por ele, através do MSN). No entanto, a maneira malemolente com a qual se apossa das palavras para falar daquilo que gosta, me faz sentir uma pontinha de vontade de ouvir certas coisas. O problema é que meus gostos foram mais ou menos gravados em pedra. Será que é hora de expandir meus horizontes jurássicos? Talvez.

Thales Henrique disse...

essa seleção está bem de acordo com meu gosto musical e se eu tivesse feito uma lista, a maioria desses albuns estaria lá.